P Á G I N A S

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Maconh'eu ia dizendo...

  
Exatamente no momento em que as autoridades de Saúde Pública e de Segurança Pública empreendem uma cruzada contra o flagelo e a devastação provocados pela difusão do consumo de crack país afora, nossa corte suprema decide, unanimemente, neste histórico e fatídico 15 de junho de 2011, que pode-se ir para a rua cantar odes à maconha e vociferar por sua legalização. O Supremo Tribunal Federal entendeu que proibir a marcha da maconha (já tratada com iniciais maiúsculas pela imprensa) seria algo atentatório contra a liberdade de expressão. Proferiu, ainda, que não se trata de apologia ao uso de drogas e que o tribunal optou pela liberação das manifestações, em sentido amplo, defendendo que haja restrição da interferência do Estado em movimentos populares. Foram oito votos a favor e três omissões, digo, abstenções.

Ou seja: liberou geral!

Afinal, que outra utilidade teria a tal marcha, senão tentar convencer a todos de que a maconha é inofensiva e que seu consumo deve ser liberado? Não para uso medicinal, que é defensável e eu apoio; decerto, não é para isso que essa gente está tão empenhada. Querem, de fato, é abrir o consumo 'social', igual ao do cigarro que, curiosamente, o mundo inteiro vem condenando e banindo.

O primeiro passo já foi dado: o supra-sumo do Judiciário brasileiro acaba de ungir, com as bênçãos de suas togas negras como as trevas, os simpatizantes da liberalização das drogas. Aqueles que se defendem (ou se escondem) usando do contraponto do argumento de que álcool e tabaco também são drogas, contudo, toleráveis. E que liberar venda e consumo inibiria o poder dos traficantes, fazendo com que a criminalidade - muito apoiada na existência do tráfico - diminua.

Parecem-me desculpas esfarrapadas de quem tem interesse na coisa. E a quem interessa a liberação das drogas, afinal? À família? À sociedade? Ao Estado? Evidentemente que não. Só consigo imaginar dois nichos de interessados: viciados e traficantes. Absolutamente óbvio. Viciados se tornariam 'consumidores', a quem poderiam ser estendidos, inclusive, os direitos previstos na Lei Federal 8.078 de 1990 - o Código de Defesa do Consumidor. Já imaginaram reclamações, nos Juizados de Pequenas Causas, de adictos ludibriados na qualidade da marijuana adquirida nas boas casas do ramo, especializadas em artigos 'zen'?

Traficantes, por sua vez, passariam à condição de 'revendedores autorizados', com direito a se inscreverem no SIMPLES (sistema de tratamento tributário diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte) e a gozarem dos devidos incentivos fiscais e benesses de instituições filantrópicas, já que fará parte de seu 'trabalho' proporcionar aos seus 'clientes' elevados índices de satisfação. (Com qualquer coisa, desde que o fumacê role.)

Ninguém, lá em Brasília, a terra onde pensar faz mal à saúde e ao Brasil, levou em consideração a gravidade desse comportamento permissivo em relação aos entorpecentes. Por exemplo, o fato comprovado de que todos os viciados em drogas pesadas começaram carreira (o trocadilho é inevitável) puxando um inocente baseado, para relaxar. Mas isso é apenas detalhe, em mais esse espetáculo que o STF oferece ao distinto público, depois do menosprezo à profissão de Jornalista e da postura verdadeiramente indecente diante do caso do criminoso Cesare Battisti. 

Quando começam a partir do Judiciário manifestações nocivas à sociedade, já se está a poucos passos do fim do mundo. Aí, só bebendo.

E, com licença, que eu vou tomar um antiemético.


Boas Noites! (Dentro do possível...)

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Coisa de louco!

 
Esta noite, eu tive um pesadelo. Na minha alucinação, soltávamos o subversivo italiano Cesare Battisti e prendíamos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, chamando-os de vândalos. Pesadelos assim me têm sido recorrentes, apesar do que eu reluto em acatar a assistência de algum médico especializado. Tive até algumas alucinações, nas quais um alucinado xingava médicos de vagabundos, do alto de sua autoridade de governante.

Por exemplo: já 'pesadelei' (se eu já 'sonhei' algumas vezes, por que não 'pesadelar'?) que o judiciário legislava, ditando que Jornalismo era profissão para cujo exercício não se precisava de diploma universitário: bastava o pendor para a escrita. Mais recentemente, a coisa foi com dinheiro: um obscuro senhor fazia palestras e ganhava quase meio milhão de reais por uma singela preleção. Um outro dava consultorias e multiplicava sua fortuna por 20 em 48 meses.

Tive a sensação de ver fantasmas genuínos voltarem à vida, por conta de seu retorno à atividade parlamentar, promovido pelo voto do povo. Um deles até recebeu uma condecoração das mãos de um engalanado ministro, que vestia uma farda camuflada que mal comportava o próprio ego, inflado.

Não sei se paro de tomar alucinógenos, ou deixo de ler o noticiário político.


Bons Dias!
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A máquina e o homem

 
O homem criou a máquina, termo geral, para fazer-lhe o trabalho penoso: insalubre, perigoso, demorado ou repetitivo. Percebendo a sua vocação para pensar e criar, delegou muitas de suas tarefas menos nobres a ela que, curiosamente, conferiu nobreza a esses encargos, graças à rapidez e à precisão de que são capazes, em níveis que não são próprios do seu inventor.

Mas há situações em que a máquina vence o homem. Por sua superioridade e por seu alcance. Pelo seu poderio avassalador, contra o qual ninguém pode. Como deu-se ontem, no segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. A máquina, sob o domínio de um homem, elegeu Dilma Rousseff.

O aparato de propaganda mobilizado sem limites pelo governo federal fez surgir, de uma desconhecida e inexpressiva figura, a sucessora ungida pelo presidente-operário. O desdém de nossa excelência para com a legislação eleitoral - com a devida complacência da corte - e a manipulação da estrutura do estado-partido em favor da ascensão da dama de ferro pareceram acontecer sem maiores problemas. Junte-se à receita, então, o peso de uma estatal emblemática, tomada por pelegos em seus postos-chave, para fazer acontecer. Pronto.

O pai dos pobres fez da mãe do PAC sua herdeira política, na falta de outros nomes, impedidos por escândalos cuja abrangência infectou cada milímetro quadrado do Palácio do Planalto. Restou ao patriarca apontar, simplesmente, quem ele queria.

Com a massa acrítica de seguidores da seita obediente aos ditames do líder, faltava recrutar a outra, a massa de manobra, sempre à disposição e sem direito ao livre pensamento; de novo meros objetos de joguete eleitoral. Convencê-los seria fácil: uma casa fora da favela, uma palavra fácil... Uma mesada. Um preço módico a se pagar, para quem tudo tem à mão. E assim se fez.

E veio a votação consagradora. Ao menos desta vez puseram uma gente melhorzinha em aritmética, para formatar as pesquisas.

Mas o mais impressionante foi, noite passada, ver a imprensa cantar loas ao passado de Dilma Rousseff, como se a presidente eleita tivesse um currículo impecável, digno dos maiores estadistas realizadores ou de benfeitores incontestes da humanidade. Sua história de 'lutas', seus feitos enquanto guerrilheira, terrorista e subversiva, foram tratados pelas reportagens, em matérias já prontas de véspera, com uma estranha dignidade. Um tom quase enaltecedor, de provocar engulhos e cólica. Mais do que um deboche, um acinte às pessoas de bem que ainda há no Brasil. Muitas, por sinal.

Decerto eram conveniências da política de boa vizinhança, a melhor expressão para o disfarce do pavor de uma retaliação.

O início do terceiro mandato seguido do PT, desta vez (diretamente) sem Lula, faz com que os comentaristas políticos considerem que a oposição, posta a deitar em berço esplêndido na eternidade dos últimos oito anos, volte à ativa. Analisa-se que sua apatia - ou omissão, como queiram - deveu-se muito à figura mítica de Lula, contra a qual poucos ousavam se postar. Um quadro que a princípio muda de agora em diante, já que - presume-se, ao menos - o mito se vai.

Como ficarão os incontáveis escândalos, tráficos de influência, malversações do dinheiro público e as respectivas blindagens que vêm impedindo sua investigação e a devida punição, pela Polícia Federal e pela Justiça? Qual será o comportamento das instituições do Estado e dos novos donos do poder, diante da presumível manutenção do status quo que hoje protege os malfeitos da casta da estrela vermelha?

Enfim, um novo tempo se anuncia, ainda incerto, dado o aparelhamento que o estado já vive hoje, tendente a agravar-se. Incerto também pela indefinição dos partidos e políticos da oposição, que precisam retomar o papel que lhes cabe na fiscalização responsável dos atos de um novo governo, cujo código genético traz as piores referências morais jamais vistas antes na nossa história.

Apesar de tudo, desejo sinceramente que dias melhores venham para todos nós. E que a política brasileira seja de novo notícia, deixando o péssimo costume de frequentar as páginas policiais dos periódicos.


Boas Tardes!

domingo, 31 de outubro de 2010

Dia de decisão

 
Nasce o domingo - aproxima-se a uma da manhã - que sinaliza para a esperança de tempos melhores. Contrariando as 'pesquisas', dos mesmos institutos que subverteram a matemática e a estatística há pouco menos de um mês, mais uma vez visto azul e vou ao voto, na certeza de que a hora é mesmo de mudança. Meu olhar é para o futuro e meu interesse é pelo bom Brasil, o de todos nós, para todos nós.

É tempo de extirpar vícios e viciados, refinar os modos e pensar grande. Lembrar que as nossas cores são o verde, o amarelo, o azul e o branco. E que as estrelas de verdade são brancas, cujo brilho no céu da noite ilumina nossas almas e nossos sonhos, anunciando que o amanhecer de luz não tardará.

A hora é de virar o jogo a favor do Brasil. De pôr de lado cada interesse pessoal, menor, e ajudar no esforço pelo bem maior, que atinja a todos. Ampliar o horizonte de visão além do próprio umbigo, para poder enxergar a grandeza que somos como nação. Que temos uma História, capaz de nos dar a identidade brasileira tanto quanto de nos fornecer informações preciosas sobre como são a personalidade e a índole daqueles que nos pretendem governar.

É hora de mostrar o caráter que temos. Se temos senso crítico e memória. Se temos honra. E, acima de tudo, como fala a nossa autoestima e o quanto somos capazes de gostar de nós mesmos.


Bom Voto neste domingo e Boas Noites!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Vou vestir azul. Quem me acompanha?

 
Domingo próximo, dia 3, é dia de transformar o Brasil. E faremos isso, nós, 135 milhões de eleitores, munidos, por ora, necessariamente apenas de nossa Carteira de Identidade, já que duas das nossas mais altas cortes acabam de condenar o querido Título de Eleitor à mais absoluta inutilidade. Talvez devamos exigir, dos também 'queridos' magistrados do STF e do TSE, atestados de sanidade mental, para garantir-lhes o direito de voto em pleno gozo (ai!) de suas faculdades.

Domingo é dia de votar com a família: e não propriamente levando os parentes a tiracolo, mas com o espírito completamente voltado para essa mágica célula mater da sociedade, sem a qual tudo desmorona. Pensando na importância de alicerces como a harmonia que deve haver nas relações pai-mãe e pais-filhos; e na bênção que se constitui conceber filhos e ajudá-los a construir suas trajetórias de vida. No dever da transmissão dos valores que a imensa maioria das pessoas, embora possam até não o confessar abertamente, ainda tem como fundamentais à existência, calcados nos ensinamentos cristãos, como o Amor, a solidariedade, o respeito e a honradez.

Um escritor e editor estadunidense do século XIX, Henry Ward Beecher, muito sabiamente manifestou a seguinte impressão sobre a relevância da família: 'a coisa mais importante que um pai pode fazer por seus filhos é amar a mãe deles'. Se nós pudermos extrapolar o sentido e o alcance da frase, entendendo família como a sociedade – o que não deixa de ser verdade, se considerado que é seu componente de maior destaque – e a prática de amar na acepção fraternal do 'uns aos outros como Eu vos amei', teremos, decerto, um mundo melhor. E por que não exercer os bons valores aprendidos em casa também na rua? Desde crianças, somos treinados para isso. O problema é que, com o passar dos anos, vamo-nos deixando contaminar por outras referências vindas de fora do seio protetor familiar, muitas delas bem antagônicas em relação ao que aprendemos. E a força do exemplo, às vezes mau, induz a certos atalhos. Ou carreia, em definitivo, para errados desvios.

Pois é desses desvios que devemos fugir, no dia 3. Desses que vêm sendo vendidos a nós como aperfeiçoamentos éticos e morais da sociedade, na verdade nada mais do que aviltamentos de conquistas que nos custaram tanto sofrimento num passado recente. Sofrimento curiosamente infligido pelas mesmíssimas figuras que hoje detêm o poder e se autoproclamam baluartes incontestes da democracia.

Não quero o estado calando vozes discordantes, imiscuindo-se em conselhos de classe (jornalistas, artistas) sob o falso pretexto de controlar socialmente a mídia e proteger a sociedade de conteúdos eleitos indesejáveis. Não quero que lei ampare quem ceifa vidas ainda em formação no ventre, em nome da prerrogativa espúria do livre arbítrio sobre o próprio corpo.

Não quero me envergonhar do Brasil, assistindo a desmandos e trapalhadas pondo a perder tantas conquistas de gente que realmente trabalha e ama esta terra.

Não admito que crimes continuem sendo cometidos, sob as barbas das mais altas autoridades do país, sem que haja punição prevista em lei e, em havendo, sem que o poder judiciário (minúsculo, mesmo) se pronuncie, em proteção à sociedade – o que, mais que uma prerrogativa, é seu dever constitucional.

Quero vestir azul neste domingo e votar pelo progresso, material e moral, do povo do qual tenho orgulho de fazer parte. Quero banir toda a gente mesquinha inebriada de poder, que traz no sangue o rancor, o desprezo absoluto pelas mínimas regras de boa conduta moral e uma insaciável sede de vingança, jamais vista na nossa História.

Quero mudar o curso dos ventos que sopram sobre o Brasil, proporcionando a calmaria que merecemos para trabalhar por tempos melhores, de fartura e benquerença.

E quero arrastar comigo toda a multidão, por essa mesma causa.


Boas Tardes!

sábado, 25 de setembro de 2010

Vote no Brasil!

 
Estamos a uma semana das eleições. Época de consolidar as reflexões acerca daqueles em quem votar, de analisar o cenário político que se desenha e de aumentar a torcida por um Brasil melhor, confiando na capacidade e na honradez dos nossos escolhidos. Falta muito investimento no país: em saúde decente, numa educação realmente valorizada, na segurança pública, em infraestrutura para um progresso sustentável. Porém faltam coisas importantes como todas essas, sem as quais não poderemos conquistá-las. Coisas como respeito, honestidade, lealdade, ética, moral, disciplina, lisura, retidão. E, sendo verdades que o exemplo vem de cima e que ele arrasta, uma boa ideia é ascender ao poder gente que faça da prática desses valores sua filosofia de vida.

Algumas pessoas que não se alinham politicamente com a situação têm vivido o anticlima do 'já ganhou', pondo-se cabisbaixas ante os números das 'pesquisas' e se conformando com o 'já perdeu'. Dão a eleição como ganha, pelos adversários, antes da hora! Pensam que o seu voto pessoal não tem valor e não influenciará um pleito que sequer ocorreu e cuja lisura política sabe-se comprometida. Seja pelo massacre da máquina governamental para confeccionar a Barbie vermelha, capaz de angariar intenções de voto apenas pelo marketing de sua produção, seja pela matemágica das estatísticas embustidas nas enquetes que, não se surpreendam, podem fabricar milagres como amostras de homogeneidade perfeita e percentagens acima de cem.

A grita de números tão astronômicos de popularidade e intenções de voto, que a maioria da imprensa ajuda a amplificar, sem o pudor de uma avaliação mais criteriosa que não a deixe na condição de porta-voz acrítico de índices, parece-me servir basicamente a dois propósitos: impressionar bem os adeptos, criando o estímulo à conquista de mais votos (também impressionando mal os não-adeptos, ao incutir-lhes o pensamento de que tudo está perdido e nada é possível contra o atual estado de coisas); e prevenir um resultado desfavorável nas urnas, lançando - como é do feitio dessa turma - uma estrondosa suspeita de fraude, no caso de os números oficiais não baterem com a 'opinião pública', para usar o termo lembrado num dos recentes comícios também 'oficiais'.

Fatos novos, como as quebras de sigilo fiscal de opositores e a revelação de tramóias que já desconfiávamos existir nas entranhas palacianas, chegaram para dar um colorido a mais na campanha. E também para sacudir um pouco os algarismos, já um tanto viciados por uma escalada artificialmente turbinada, tão sem freios quanto as línguas dos ofídios que detêm o poder.

Para ficarmos num dos episódios mais recentes e bem ilustrativos, Lula reclama de ter sido traído por Erenice Guerra, a ex-toda-poderosa ministra da Casa Civil, ex-braço-direito (recém-amputado) da também ex-ministra Dilma, haja 'ex', forte concorrente a rainha do nepotismo do Planalto. Afora a autoconcessão pública de atestato de corno (político), o que nossa excelência faz, com uma declaração dessa ordem, é apenas uma retórica que inverte o sentido da história. Porque decerto ele não foi traído (duvida-se que ele não soubesse do exercício indiscriminado de tráfico de influência sob suas grisalhas barbas) e o que acontece agora é que Erenice é a traída: abandonada como cachorro sarnento, como é da índole da companheirada quando algum membro se torna um estorvo. Desprezada por seus outrora colegas de trabalho e de negociatas, de modo a não fazer respingar mais lama na candidatura oficial.

Mas que não se ignore o poder de que é capaz uma mulher desprezada: uma eventual ruptura do silêncio dessa ex-amiguinha de infância de Dilma Rousseff pode ser o que ainda falta para abalar de vez o claudicante prestígio do governo, do seu maior ícone, de sua protegida e de todos os planos de um lindo futuro, traçados para os próximos meses. Quantos escândalos ainda caberão em uma semana de páginas de jornal, na televisão e na grande rede? De quantas bravatas ainda será capaz nossa excelência, chaveirinho inseparável da candidata oficial, em pronunciamentos cada vez mais raivosos e que vêm se constituindo em verdadeiros tiros no próprio pé?

Dilma começou uma derrocada de índices, que sinaliza a realização de um segundo turno nas eleições para presidente da República. Vem despencando consideravelmente nas classes econômico-sociais que gozam de um maior discernimento político, de pessoas que acompanham o noticiário, possuem senso crítico e têm ascendência sobre seu círculo profissional e de amigos. Gente que consegue influenciar votos, mas não pelo apelo piegas do 'vote nele porque é meu amigo', ou pelo faz-de-conta da produção hollywoodiana, com seus photoshops incríveis e seus textos impecáveis. Consegue porque possui conhecimento, histórico, de atos e fatos que ajudaram a construir o caráter de um candidato e, de posse dessa bagagem informativa, exerce seu poder de convencimento com competência e imparcialidade.

Então, seguindo o protocolo futebolístico tão caro a nós, brasileiros: ainda tem jogo pela frente, o placar não está definido e podemos ter prorrogação e até disputa de pênaltis. A boa torcida não abandona seu time antes do final da partida. Ao contrário: se está difícil, empurra ainda mais os jogadores para a frente, dá-lhes incentivo e acredita na vitória. Todo mundo já passou essa experiência e sabe o valor de se ganhar, quando o resto do mundo é o adversário. E, ademais, desistir não é próprio do espírito do brasileiro.

Portanto, faça a sua parte e vote no Brasil!


Boas Tardes!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pesquisando as pesquisas

 
Num domingo de Fla x Flu, Maracanã lotado, tarde ensolarada, Mengão no topo da tabela do Brasileiro distante oito pontos do segundo colocado e invicto há dez rodadas, dirija-se à torcida rubronegra e, lá, especificamente a um cidadão trajando o manto sagrado, ocupado em agitar a bandeira do clube com a mão direita e a segurar o radinho no ouvido com a esquerda. E faça-lhe a pergunta fatal: por que time você torce? Dá para imaginar resposta outra que não Flamengo?

Pois é. A metáfora futebolística, tão própria das divagações filosóficas de nossa excelência, ilustra bem as 'metodologias' dos 'institutos' de 'pesquisas', ao apurarem a 'preferência' do 'eleitorado' pela candidata situacionista. Permitam-me o excesso de aspas, mas elas são imprescindíveis à compreensão.

Vá a municípios administrados pelo Petê, em que o grosso da população tenha baixíssimo nível de escolaridade, aborde aquele sujeito que está junto ao caixa eletrônico prestes a retirar o pagamento do Bolsa-Família do mês, apresente-se com uma blusa na qual esteja estampada a imagem do presidente abraçado carinhosamente à sua candidata e fuzile: em que candidata (pergunte no feminino mesmo, para não parecer machista) você vai votar para presidente? Alguma dúvida sobre a resposta do abalizado eleitor?

Talvez agora você possa compreender um pouco melhor a avalanche de números que o vêm soterrando, nesses dias finais de campanha eleitoral.


Bons Dias!