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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Bordel em efervescência

Mal saiu da suprema corte, um mês antes da hora, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, sem observância da quarentena que a lei estipula para quem deixa o serviço público detendo informações privilegiadas, já está militando no conglomerado dos irmãos Wesley safadinho e Joesley safadão. Conglomerado esse que, por sinal, andou envolvido em imbróglios jurídicos que circularam pela antiga casa do Seu Ricardo.

Lewandowski foi contratado como consultor, intermediando um litígio de R$ 15 bilhões da JBS com a Paper Excellence Papel e Celulose, na disputa pelo controle da Eldorado Brasil. A empresa indonésia já tem, como contratados para a mesma causa, Michel Temer e João Dória. Briga de cachorro grande, visivelmente repleta de tráfico de influência.

A contratação do ex-todo-poderoso ocorreu menos de uma semana após a sua aposentadoria, o que revela que as tratativas certamente já estavam em andamento bem antes da consumação da expulsória. E esperar mais não convinha.

A prostituição no Brasil não é ilegal. O que é tipificado como crime é o lenocínio, isto é, a exploração da prostituição - conforme o artigo 227 do Código Penal. Mas a cara de pau, nesse nível, deveria ser criminalizada. Neste caso, a gente faz a nítida leitura de uma puta com vasta bagagem de dados sensíveis se vendendo a um proxeneta empresarial. Que já esteve metido em rolos jurídicos nos quais seu contratado estava do outro lado, no tribunal.

Não dá para imaginar que a meretriz vá satisfazer os desejos do pagante apenas no que se refere a este caso. Ela deve ter muito mais a oferecer, na intimidade das alcovas da vida. Para a infelicidade do Brasil. Afinal, a fila sempre anda e clientes sempre há.

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