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segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Começando com o pé esquerdo. E não somente ele

Neste domingo, completou uma semana a instalação do campo de concentração de Brasília, onde foram aprisionados os cidadãos de bem que haviam sido atraídos para a arapuca esquerdista, montada na Esplanada dos Ministérios no último dia 8. Parece que, a menos de uma menção en passant num editorial do Estadão, a extrema imprensa segue, como regra, fingindo demência a respeito da detenção arbitrária. Ou endossando o discurso oficial petista, de que eram todos terroristas perigosíssimos, altamente treinados, dispostos a abalar (literalmente) as instalações físicas dos Poderes da República.

Pelo visto, a menina revistada com detetor de metais pela força policial e o bebê dormindo placidamente sobre a Bandeira do Brasil, que, naquele momento, deveria ser o seu berço esplêndido, imagens que ganharam o mundo para denunciar o autoritarismo vigente no país, devem ser os espécimes que melhor representam esse grupo tão temido pelas autoridades.

O jornalão, a propósito, lembra que, nesses primeiros quinze dias de tropeços, desmentidos e atos de pura vingança contra a administração anterior, as entregas do novo governo têm sido as piores possíveis; e que metade desse tempo foi dedicado ao (ou desperdiçado no) assunto das invasões. De planos e projetos, nada. De sério, nada. De útil, nada. De bom... Menos ainda.

No dia do ocorrido, à tarde, Lula fez um pronunciamento em cadeia (de televisão, bem entendido), para anunciar a intervenção federal na segurança pública do Governo do Distrito Federal. Atitude respaldada de pronto pelo seu fidelíssimo escudeiro e parça, Alexandre de Moraes, que, ato contínuo, também afastou o governador reeleito do DF de suas funções por 90 dias. Um roteiro muito bem escrito, parecido sair das alucinações dos cineastas mais bem aquinhoados de criatividade.

Ao se referir à invasão dos prédios públicos, Lula usou os adjetivos de praxe contra os manifestantes, dentre os quais 'nazistas', 'fascistas' e 'stalinistas fanáticos'. Porém, quando citou especificamente o ex-primeiro ministro soviético Josef Stálin, um criminoso histórico notabilizado por valer-se de intensa perseguição política contra seus desafetos e, em especial, por ser o responsável direto por milhões de mortes durante a implantação do regime comunista, tratou de corrigir-se, dizendo que 'ele, não' e quase se desculpando pela menção. A Folha de São Paulo tratou a referência a Stálin como 'uma gafe' de Lula.

Estamos a quinze dias da assunção de um novo Congresso Nacional, bastante renovado em sua composição pela chegada de deputados e senadores afinados com os pontos de vista e ideais defendidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses novos tempos do parlamento prenunciam uma tentativa de reação ao desacerto e à estupefação que tomaram conta do país no primeiro dia do ano. O país está de cabeça para baixo e, não bastasse isso, cabisbaixo. Atordoado com tantas mudanças, em sua maior parte para pior.

Há um desmonte que se vem promovendo, de tudo que se refere ao governo Bolsonaro, com base da mais pueril picuinha. As sandices perpetradas pelos novos e ilegítimos detentores do poder têm ido desde a anulação de ações moralizadoras da governança pública até medidas sem fundamento, como a proposta da volta do horário de verão, algo que a própria Natureza, em sua indiscutível sapiência, vem comprovando ser desnecessário.

Como pretendente a protagonista, nesse processo destrutivo do país, o escárnio dos desmandos promovidos ou chancelados pelo supremacista Alexandre de Moraes vem se tornando rotina. Pode-se avaliar que essa sanha tenha tido origem - senão ganho força - no episódio da desaprovação errática do nome de Alexandre Ramagem para a diretoria da Polícia Federal. Que o então presidente não deveria ter acatado, por ser sua prerrogativa exclusiva a nomeação em questão. Muito se critica que Bolsonaro haja cedido à interferência indevida do Supremo, mas a realidade política era outra, na ocasião, e ele costuma saber o que faz.

Entretanto, talvez o autêntico gatilho para toda essa exacerbação que se verifica na atualidade, especialmente da parte do novo 'imperador' do Brasil (com o devido respeito aos Pedros, os verdadeiros), tenha sido, na verdade, outro: a postura pusilânime do Legislativo diante do que o STF fez com o deputado Daniel Silveira. Ao entregar a cabeça do parlamentar fluminense numa bandeja ornada com o fisiologismo típico dos nossos piores políticos, a Câmara pôs-se de quatro para a insaciável concupiscência de Moraes e lhe deu carta branca para se impor como o detentor de todo o poder possível sobre tudo e qualquer coisa que tenha acontecido, aconteça ou venha a acontecer no país.

Vivemos dias nigérrimos no Brasil. É natural que uma mistura de cegueira e amnésia, extremamente conveniente (e conivente), faça com que a grande mídia não perceba o poço em que está se metendo. A claque esquerdista que ganha a vida vendendo barato sua dignidade nas redações adora chamar os governos militares (e até o período Bolsonaro) de 'ditaduras', sem se dar conta de que, na verdade, ditadura é o que está acontecendo agora. Debaixo de seus olhos, fechados à realidade em nome de uma ideologia daninha que tende a condená-los, eles mesmos, ao silêncio.

Mas eles são tolos, coitados. Como os Patriotas de Brasília são os heróis, os reais corajosos. É de fato uma pena que certas coisas dramáticas sejam necessárias de acontecer, para nos mostrar a luz, nos prover coragem e alijar nossos inimigos do caminho.

Deus tenha misericórdia do nosso Brasil!

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