P Á G I N A S

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Bora em frente!

Na história política do país, consagrou-se um dito popular: Agosto, mês do desgosto. A frase vem em função de dois eventos que remontam os últimos 70 anos. O primeiro deles é o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, em meio a um 'mar de lama' - epígrafe sob a qual a imprensa registrava os descaminhos do poder misturados à tentativa de assassinato de Carlos Lacerda, ocorrida 19 dias antes. O outro é a renúncia inesperada de Jânio Quadros, exatamente sete anos e um dia depois da morte de Getúlio, em 25 de agosto de 1961 (Dia do Soldado), quando estava a uma semana de completar sete meses de governo, como presidente eleito com a maior votação já registrada à época.

Nesta segunda-feira, 2 de agosto de 2021, o desgosto - ao menos politicamente falando - inaugurou o mês, com contornos sombrios e um indisfarçável toque de indecência. No dia seguinte às manifestações da população brasileira, que brada por um Brasil levado a sério por seus homens públicos, nossas excelências excelentíssimas resolveram elevar o tom do debate, descendo mais alguns degraus rumo ao poço moral.

A expedição de notícia-crime contra o Presidente da República, resultado de conluio entre o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal, em virtude da manifestação do chefe do Executivo na qual ele expõe a sua preocupação com a fragilidade da segurança da votação, é daquelas atitudes absolutamente repugnantes. Numa verdadeira ação entre amigos, ministros das duas cortes reuniram-se para... A perda absoluta da compostura. Se é que restava alguma, pelos suntuosos corredores e gabinetes dos valhacoutos onde militam. Jamais o Judiciário desceu tão baixo, chafurdando com tamanha desenvoltura e singular intimidade com a lama.

As tramoias contra a democracia vêm sendo urdidas, com cada vez mais intensidade, nas alcovas dos magistrados. Sem qualquer constrangimento e com a simpatia de setores do Legislativo e o apoio maciço do 'quarto poder', a grande imprensa, que parece vir se nutrindo de forças e, quem sabe, também de recursos (estes de fonte duvidosa), para seguir na tarefa que lhe cabe nesse ardil: atacar sistemática e diuturnamente a figura de Jair Bolsonaro. Jornalistas amestrados e editores doutrinados, assessorados por especialistas de toda ordem, se incumbem de tornar qualquer manhã de sol numa noite de tempestade, contrariando a meteorologia e a cadência do tempo, desde que seu esforço renda o convencimento de uma massa de manobra que propague os mantras da moda, o mais atual deles 'fora Bozo genocida'. Do pão e da mortadela cuidam o PT e suas siglas de aluguel, que incluem até a Ordem dos Abestados do Brasil.

Aliás, sobrou até para a imprensa. Para a imprensa séria, entenda-se bem: a CPI do CirCovid resolveu pedir, sem qualquer razão de ser, a quebra do sigilo bancário dos portais de comunicação de empresas simpatizantes, não de Bolsonaro, mas da verdade dos fatos e da integridade do ofício de jornalista. Ante o absurdo da medida e a reação dos grupos empresariais, o relator se apressou em identificar 'um equívoco' na decisão. E faça-se de conta que não aconteceu.

Quem são os verdadeiros detratores da democracia, cerceadores da liberdade de expressão, corruptores da lisura com a coisa pública, temerosos da transparência nas atitudes e desrespeitosos com a vontade popular? Quem se insurge contra o cidadão, pervertendo a retórica para que pareça o contrário? Quem e por que está agindo contra o Brasil e os brasileiros? A quem interessa que façam isso? Quanto se paga pelo trabalho de fazê-lo?

Os tempos estão difíceis, exigindo transformações.

O Brasil não é só um país grande: está provando, mais do que nunca, ser também um grande país. (A ordem faz diferença; até na frase.) Porque somente um povo que tem amor pelo seu chão tem a coragem de enfrentar um desafio dessa ordem. O desafio de repor a ordem na casa, expurgando tudo e todos que se façam necessários, para lograr o resgate do país.

Pois que esse grande expurgo venha! Estamos prontos para cerrar fileiras e enfrentar a luta!

Afinal, não é em Agosto que se comemora o Dia do Soldado? 

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns.Muito bom o texto.