P Á G I N A S

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Afinal de contas: o que é mesmo censura?

  
O Partido dos Trabalhadores tem-se valido da imprensa - que bem se presta ao papel - para alardear o voto dado pelo ministro da Defesa, Nélson Jobim, ao candidato José Serra, oponente de Dilma Rousseff na disputa pela presidência da República, nas eleições do ano passado. Até que o PT modifique a atual legislação e, mesmo, a Constituição Federal, o sufrágio é sagrado. E secreto. Cada um tem a prerrogativa de votar em quem desejar, vedadas por força de lei quaisquer formas de pressão ou intimidação em contrário.

Esse tipo de divulgação terrorista chama-se patrulhamento ideológico. É um tipo de censura, algo condenável que os petistas sabem fazer com absoluta maestria, principalmente através do expediente do constrangimento, quase sempre acompanhado de algum tipo de chantagem.

O mais grave é que vem do partido do governo central essa postura. Talvez com a intenção de esquentar o óleo e aguardar apenas o ponto de fulgor, para fritar o ministro. Outra prática daninha bastante usual, entre muitas, do petismo.

A frágil democracia brasileira, cujo ressurgimento, há cerca de 30 anos, possibilitou, vale lembrar, a ascensão do PT ao poder, corre sério perigo, quando se tenta coagir o voto dos cidadãos. 'Nunca na história desse país', nem na época dos militares (a esquerda tem verdadeiros orgasmos em chamar esse período de 'ditadura'), se adotou tamanho cabresto sobre os eleitores. Um autêntico 'bullying' político, para desfilar um termo da moda.

É censura, mesmo. A cortina de fumaça do momento, aliás, é usar esse verbete para classificar a bem-vinda iniciativa de proibir-se a veiculação do 'filme' sérvio de subtítulo 'Terror sem limites'. Hoje (2), membros da classe cinematográfica devem se reunir na Fundição Progresso para tentar derrubar a proibição. A produção, violenta e de mau gosto, de acordo com as sinopses e comentários que têm varrido o noticiário dos últimos 15 dias, nada acrescenta à construção das pessoas, servindo apenas para gerar polêmica, discussões academicistas parvas e, quem sabe, render algum cascalho ao pervertido que a concebeu. Que interesse podem ter aqueles que defendem a exibição disso, travestindo a coisa de 'arte' e evocando a ideia de censura para uma atitude que é, de fato, um grito em defesa dos valores morais e éticos da nossa sociedade?

Grupos organizados estão indo para a rua deificar drogas e comportamentos licenciosos, em nome de uma tal 'liberdade', que parece não conhecerem. A corrupção campeia no Planalto, de uma forma acintosa ao extremo, sem que haja reação plena da sociedade. Pior: contando com a providencial omissão de entidades que, um dia, já se autoproclamaram defensoras dos melhores princípios, e que hoje se calam, sabe Deus por que (talvez nem Ele), diante do que fazem questão de não ver: a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Onde foram parar o fôlego dos caras-pintadas e a consciência profissional da luta sem receio pelo primado da Justiça, pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei?

Estariam certos setores da sociedade se impondo uma espécie de autocensura, em virtude de razões que vão do medo ao interesse escuso, passando pelo patrocínio? Qual o preço do silêncio?

Nossos valores estão, definitivamente, de cabeça para baixo.

A propósito: será que, em meio a tanta patrulha, corro eu o risco de ser censurado pelo que manifesto aqui?


Boas Tardes!

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