P Á G I N A S

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Depois dos apoios, depois do debate


Curiosa, a manifestação de apoio da candidata derrotada Jandira Feghali a Eduardo Paes, neste segundo turno de 2008 para prefeito do Rio. A ardorosa defensora do prestígio e da dignidade dos médicos – no que ela, como membro da classe, age como esperado – pode vir a ver-se na constrangedora situação de dividir o palanque com o destemperado governador Sérgio Cabral. Ninguém (ninguém?) esquece a bravata de Sua Excelência, perturbado com o absenteísmo de médicos no plantão do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, semanas atrás e em plena campanha, chamando os faltosos de 'vagabundos' e 'safados'.

(Consta que o sindicato dos médicos vinha levantando as faltas do governador às sessões plenárias do Senado Federal, onde Cabral atuava antes de assumir o governo fluminense e supunha-se que ele estivesse defendendo os interesses do Estado do Rio de Janeiro. Para dar um troco.)

Fato é que o candidato do PMDB parece não ter-se saído muito bem em seu novo confronto de idéias com Fernando Gabeira, no segundo debate depois de 5 de outubro e já com as pesquisas invertendo a tendência de votos. Na opinião dos leitores do Globo, tanto no evento do próprio jornal, há uma semana, quanto ontem, na TV Bandeirantes, Canal 7, o candidato do PV teria tido desempenho muito melhor do que Paes, na proporção de quase 80% contra menos de 20%.

Senões há, de minha parte, a um e ao outro candidatos. Mas o anseio de mudança por parte dos cariocas e a irrefreável vinculação que Eduardo Paes faz de sua imagem a Sérgio Cabral e a Lula, à beira de sugerir que ele seja, em vez de candidato, cabo eleitoral de um dos outros dois, vêm desgastando paulatinamente a sua própria imagem. Até pela insistência de que seja preciso ser amiguinho do governador e do presidente da República, para garantir recursos à cidade.

O Rio de Janeiro nunca foi subserviente ao poder central (leia-se Brasília), motivo pelo qual tantas vezes, foi prejudicado por quem o comandava. Contudo, o que se deve esperar do novo prefeito é, ao contrário de uma política de boa vizinhança que aproxima-se da bajulação, uma postura de independência, que reflita a autoridade que a cidade mais importante do Brasil e o seu administrador verdadeiramente possuem.


Bons Dias!

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